Plastic Blue Invitations

Se apaixonar é fácil, dar o pescoço á uma corrente imaginária e ter de carregá-la por toda a vida é mais fácil ainda.
Flores são sempre bem vindas e seria praxe negá-las, tão lindas e de perfume único facilmente qualquer um se encantaria.

Mais a vida não passa de uma disputa por quem consegue chegar mais longe sem uma corrente dessas. Muitos se desfazem das suas e enchem o peito de orgulho ao caminhar só, sabendo que se caírem não haverá um lado oposto da corrente em que se segurar.

E aos que amam incondicionalmente, correntes flamejantes queimam dentro do peito e vivem mais felizes como dizem nos romances medievais, sem notar o quanto escravos são.

Lá fora choviam estrelas de fogo.
Os aviões de bombardeio passam derramando sua cortina de fumaça, e de trás das barricadas uma chuva de balas caia.

'Não vou te abandonar' - dizia o jovem de uniforme azul dentro da pequena cabana de madeira.
Os olhos da jovem que segurava as mãos dele brilhavam de medo, e ela não conseguiu proferir nenhuma palavra.

As palavras do jovem estavam certas pois mesmo quando a casa veio á baixo levando os dois consigo ele ainda apertava fortemente a sua mão.

Era só mais um vilarejo que era destruído, nada de demais, nenhuma história que devesse ser contada, era a guerra e nela a chuva de estrelas não era tão bela.

Atrasei o seu relógio só pra ficar mais tempo junto de ti.
Escrevi meu nome nas suas coisas só para você se lembrar de mim.
Fiz cara de bobo olhando o óbvio, e me fingi de esperto no assunto que mal conhecia.
Tudo para ter motivos de ouvir sua voz quebrando as 7 chaves do meu peito, entrando dentro de mim.
Numa explosão maluca que não me contive dentro de mim.

Gritei bem algo que é amor, e a vida sorriu pra mim.