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Um Longo Inverno

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011 by


Lá fora a neve caia.
Já fazia cinco dias que não parava e pela fresta da janela já dava para ver a altura que a neve acumulada estava. Isso seria um problema quando a comida acabasse, mas ainda havia, no antigo armário de mogno muitas latas de comida enlatada, como diria seu irmão Jack 'Comidas de Astronauta'. Saiu da cozinha e foi para a sala de estar, no centro a velha máquina de escrever intacta, uma folha de papel branco e algumas palavras digitadas, já se fazia dias que as ideias haviam desaparecido, tomando um trem para uma terra bem distante daquela. Escrever que era sua atual grande paixão havia se tornado um saco, ele andava cansado, cansado e preso numa velha casa no meio do nada, do nada não; no meio da neve o que era pior ainda. O frio nessa época do ano era imenso nessa região e toda cabana era obrigada a ter um aquecedor ou então era assinar sua sentença de morte. Robert tinha um aquecedor movido á Diesel dois tempos, não era grande coisa mais para uma cabana como aquela já era bom demais, era a garantia de não passar frio, mas naquele inicio de noite a cabana estava mais gelada que de costume, havia algo de errado com aquele velho gerador.
O maquinário ficava no porão mesmo, uma área não muito grande mais que continha uma umidade absurda, e um cheiro de mofo de conquistar qualquer corretor de imóveis. Mofo não era problema quando uma pessoa passou 20 anos de sua vida trabalhando em uma indústria de agrotóxicos de segunda categoria.
Vestiu sua capa anti mofo (uma adaptação de uma velha capa de chuva amarela) e desceu para o porão.
Ao abrir a porta sentiu um cheiro nauseante vindo de dentro, e não era o habitual cheiro do mofo.

- Sr. Smith aquele gato maldito deve ter matado algum animal - pensou consigo mesmo - e trouxe para cá! Só espero que não seja um gambá esse animais...

Havia muito sangue pelo chão.
Robert Goodfly que por toda sua vida foi um pacato cidadão que depois de velho resolvera ser um escritor de romances baratos, nunca se quer havia imaginado que passaria por uma situação dessas, pelo chão de seu porão havia tripas e pedaços de carne destroçadas, o pior não era isso e sim era a coisa que estava deitada no meio de toda essa bagunça, era como se houvessem planejado uma louca cena apocalipta de filme de terror. No porão escuro da cabana havia uma mulher que outrora deveria ter estado gravida jazida ao chão, sem cabeça e com o que seria seu barriga destroçada pelo chão, e do sangue jorrado por ela havia o sinal deque alguem estivera ali na verdade algum animal.
Com a euforia Robert quase desmaiou, simplesmente se sentou enquanto sua vista se escurecia e seus ouvidos captavam ruídos de que ele não estava sozinho ali.
O que aconteceu no momento seguinte foi rápido demais para que se pudesse analisar de maneira mais adequada, algo surgiu da escuridão, parecia um homem, um manto negro, nas mãos no lugar de dedos garras o rosto desfigurado mostrava uma mistura de raiva e dor, mas o que deixou Robert perplexo foram duas coisas, a criatura portava um grande crucifixo dourado no peito, e no lugar de pernas ela possuía patas, patas parecida com a de um cavalo. E essa foi a última cena vista por ele antes que aquela aberração se aproximasse e simplesmente resolvesse jantar onde antes fora sua cabeça.

Lá em cima o aquecedor voltara a funcionar, a sala de estar quieta como uma sepultura, a velha máquina de escrever com um história começada, e na cozinha muita comida enlatada. Seria um longo Inverno.




Jornal de Hampshire - 12 de Dezembro de 2010


Moradores da pequena cidade litorânea resolvem fazer justiça com as próprias mãos, após espancarem até a morte resolveram exibir á público o corpo de Jofrey M. Arts, cónego da Igreja Católica Americana, Jofrey estava sob liberdade preventiva e era acusado, do estupro de 15 crianças, entre elas 2 bebês. Pessoas que viram o acontecimento dizem que apesar do rosto deformado do padre algo muito estranho aconteceu com ele enquanto ele morria. Ele morria sorrindo.


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