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Sorrisos Apagados

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quinta-feira, 25 de julho de 2013 by

Quando pequeno eu amava entrar naquele carro, ele tinha um cheiro único e um verdadeiro arsenal em seu porta-luvas, quinquilharias de velho. Pentes, parafusos, ferramentas e tudo aquilo que só os avós guardavam só Deus sabe porque motivo.
Era passatempo brincar de dirigir, e disso e aquilo. Coisas de criança.
Mas o tempo sempre passa, a vida muda e aquele carro eu nunca mais visitei.
Até hoje quando um desejo maluco e infinito me colocou para dentro dele.
O mesmo cheiro.
As mesmas quinquilharias, uma fita daquelas gravadas em rádios antigos que provavelmente deveriam ter uma canção de anos atrás, de anos confortantes. De anos de sorrisos abertos e abraços, anos de saúde.
Dentro de mim senti como se algo fosse explodir, era a chamada saudade de algo que não se tem mais.
Já se faziam meses que aquele carro não era usado, pneus murchos e um lataria começando a enferrujar.

Eu estava enferrujado e mal percebi as lágrimas, a nostalgia de algo que estava oculto em minha memória.
E a saudade infinita daquilo que já se foi.
De quem eu nunca mais iria abraçar, ou simples mente ver sorrir.

Das coisas mais amargas da vida a morte é a pior. Por mais que o tempo passe, qualquer dia ela volta mas não pra te levar e sim pra lembrar quem ela já levou.


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